Descubra tudo sobre síndrome do membro fantasma
Descubra tudo sobre síndrome do membro fantasma
Muitas vezes após a amputação, o cérebro não reconhece que parte do membro foi perdida, pois no mapa sensorial das partes do corpo, ainda possui uma área de representação da região amputada, o que leva à síndrome fantasma, que pode se manifestar em forma de dor ou com diferentes sensações.
A dor fantasma é caracterizada por uma dor real, mas que se localiza na região do membro que na verdade está ausente, por conta do não reconhecimento cerebral da amputação que foi realizada.
A sensação fantasma, não está ligada diretamente a dor, mas a sensação de que o membro completo ainda existe, às vezes levando a sentir formigamento, cócegas, queimação, em uma região que não existe mais ou até mesmo levar a tentativas de movimentar o membro retirado, como após amputar o braço, tentar pegar um objeto com ele.
É importante sempre lembrar que aquele membro foi amputado, mas que para o cérebro continua lá. Muitos acidentes no pós-operatório de amputação de membro inferior, por exemplo, ocorrem porque o paciente ainda sente que tem a perna inteira, tenta andar e cai.

Mas toda pessoa que passa por uma amputação vai sentir a síndrome fantasma? Nem todas, em alguns casos como amputações por trauma, é mais comum a síndrome se manifestar, por conta de uma perda traumática, de forma inesperada. No entanto, também pode se manifestar em amputações eletivas (aquelas que são previamente marcadas, após alguma lesão que comprometeu o membro levando a amputação).
E de que forma melhorar os sintomas dessa síndrome? Para isso, é necessário fazer a dessensibilização do coto, dando estímulos externos em toda superfície com objetivo de promover readaptações cerebrais, melhora da sensibilidade e propriocepção, para que assim, o sistema nervoso passe a reconhecer melhor o membro residual.
Podem ser utilizados diferentes materiais, como uma esponja (primeiro a parte mais macia, depois a mais áspera), escova de dentes, toalha, algodão, bolsa térmica (quente e fria), utilizando um material por vez, de forma suave, aumentando a frequência e duração dos movimentos conforme adaptação. É recomendado começar com texturas menos incômodas, como o algodão e conforme o desconforto diminuir, evoluir para texturas mais ásperas.
Exercícios em frente ao espelho também podem ser realizados, fazendo movimentos com ambos os membros (amputado e não amputado) associados ao feedback visual. Além disso, a massagem no coto, fazendo movimentos circulares e pressionando de forma suave, com a ponta dos dedos, tem muitos benefícios, como a melhora da circulação sanguínea, ajudando também na diminuição da dor e da sensação fantasma.
O enfaixamento compressivo, que também é feito com outros objetivos, como o de reduzir o inchaço do coto, melhora da sensibilidade, por meio do contato da faixa com a pele e da pressão que ela exerce.
Para dar início ao processo de protetização, é necessário que a síndrome esteja controlada, pois a sensibilidade exacerbada prejudica o uso da prótese. Em caso de dores fortes que não aliviam de forma alguma, é importante procurar o médico, elas podem ser indicativos de alguma outra alteração. Se tiver dúvidas, procure nossa equipe, estamos sempre à disposição!
Este artigo foi escrito pela fisioterapeuta Samara Mota.